Telhado Deserto


Por @Cherry
A mágoa por Castiel não ter acreditado em suas palavras ainda martela em seu peito, e, mesmo querendo evitá-lo, a direção da escola lhe faz o favor de te enfiar na detenção por culpa dele. Um castigo, um balde d'água, ressentimento e um telhado deserto.







Tarde de sexta, Sweet Amóris
        Senhorita , a detenção aguarda você depois do período. — A voz de  Shermansky soou nos altos falantes, fazendo borbulhar de raiva.
        Só naquele mês, era a terceira vez que a direção condenava-a injustamente de pichar a escola. A implicância começou no mês anterior, quando comprou uma lata de spray para sua tia, para fins artesanais, e deixou a lata escapar da mochila durante a aula. Aquilo foi o suficiente para Shermansky associar a menina a todo e qualquer incidente envolvendo dano ao patrimônio público. Mesmo argumentando sobre sua inocência todas as vezes, ela sempre acabava do mesmo jeito: com um balde e uma bucha depois do horário. Daquela vez não seria diferente, não fosse o fator crucial de saber quem tinha feito aquelas pichações. Ela mal podia acreditar que estava sofrendo um castigo por culpa dele. A mágoa que Castiel havia causado à não tinha passado, e ela pensava seriamente que talvez nunca fosse embora.
        Suspirando, saiu de sua última aula, dirigindo-se ao seu armário. Guardou a mochila e prendeu o cabelo, fechando a portinha metálica e indo até a sala de limpeza. Pegou o conhecido balde amarelo, e jogou dentro dele uma bucha desgastada. Encheu o balde com uma mistura de água e sabão, e foi dedilhando as paredes da escola, arrastando-se até a escadaria. Pousou o balde sobre o quarto degrau da escola, encarando a pichação na parede.
        — Eu vou matar você, seu tomate cretino. — Xingou, retirando a bucha do balde e espremendo o caldo. Começou a esfregar, descontando a raiva que estava sentindo na parede. — Desgraçado, imbecil, infeliz… — Ralhava concentrada, guiando a bucha com as duas mãos, e não percebeu a pessoa que se aproximava de si. Ouviu a risada debochada de Castiel, e notou por fim o garoto em pé na escada, olhando-a de cima.
        — Quanto ódio nesse coração. — Debochou.
        — Se não pretende me ajudar, vai embora. — Disse , voltando-se à tarefa.
        Castiel suspirou, tentando achar alguma coisa decente para dizer. Fazia dias que não falava direito com a garota, e no fundo sabia que tinha magoado-a verdadeiramente. Mas o que ele podia fazer? Fora cego e realmente reconhecia que tinha errado, mas a dificuldade de se redimir aflorava toda vez que encarava os olhos da menina.
        Euqueriafalarcomvocê… — Sussurrou de forma rápida e nervosa.
        — Disse alguma coisa? — Perguntou, encarando os olhos cinzentos de Castiel, que não desgrudavam dos seus. — Vai ficar aí me olhando? Faz uma coisa útil e me passa o balde. — Pediu, estendendo a mão.
        O garoto desceu alguns degraus, e esbarrou no balde sem querer, derrubando todo o líquido espumoso em . Ela levou meio minuto para reagir. E então xingou.
        — Seu retardado, olha o que você fez! — Ralhou, esfregando o olho direito, vermelho pela espuma. Sua blusa ficou empapada de água, aderindo uma certa transparência, e o cabelo murchou sob a espuma.
        — Foi sem querer, calma, dá pra limpar. — Castiel disse, descendo a escada.
        — Vai embora, por favor, já ajudou o suficiente. — Pediu, voltando a esfregar a parede.
        — Você vai acabar ficando doente.
        — Como se justo você ligasse, Castiel. — Retrucou sorrindo fraco, e o garoto bufou.
        — Vai trocar de roupa e se secar…
        — E quem faz meu servicinho? Você? — Comentou com um tom sarcástico, parando de esfregar para torcer a ponta da camiseta.
        — Você tá tão diferente comigo. — Soltou, fazendo a menina engolir em seco.
        — Por que será, Castiel, por que será?
        — Olha,
        — Quer saber, já que se ofereceu, toma. — Jogou a bucha na cara do garoto, pisando firme para fora da escadaria.
        Bateu as mãos na calça jeans, fervendo de ódio, rumando para o ginásio. Mas, mesmo com a raiva fritando seu cérebro, os olhos passaram a arder novamente, não mais pelo sabão, e sim pelo ocorrido, que nomeou carinhosamente de Incidente Debrah. Não conseguia passar um dia sequer sem lembrar das palavras que Castiel usara com ela em sua cegueira. Fora chamada de mentirosa, sem caráter e até mesmo invejosa, e aquilo tinha sido a gota d’água para . Embora ele jamais tivesse sido o príncipe na carruagem, a desconfiança de Castiel e as acusações machucaram em um grau profundo. Nem ver Debrah desmascarada na frente de toda a escola compensou o ocorrido, quando ele sequer se deu ao trabalho de pedir desculpas.             
         adentrou o vestiário, retirando a camiseta ensopada. As lágrimas rolaram copiosamente enquanto se desfazia do jeans e do tênis. Abriu o registro, e mergulhou a cabeça na água quente, soluçando. Você prometeu que não ia chorar, para com isso, para… Ralhou consigo mesmo, enquanto escorregava de encontro ao chão. Abraçou os joelhos, tentando conter seus soluços mordendo os lábios. Esse idiota não merece as suas lágrimas, pensou, tentando parar de chorar.
        — Puta merda. — Xingou ao lembrar de ter esquecido a muda de roupa seca em seu armário. Com a certeza de que não queria sua imagem nua estampada nas câmeras internas da escola, permaneceu no box. A água quente mantinha a garota aquecida, mas por dentro ela sentia-se gélida. Passou a mão pelos cabelos, penteando-os para trás e respirando fundo, parando de chorar. Por que tinha que amar aquele idiota? Mordeu os lábios outra vez, encostando a cabeça na parede e fitando o teto.
        Da escadaria, Castiel começou a suspeitar que já tinha ido para casa. Haviam se passados longos minutos desde que terminara de limpar a parede, sem maiores dificuldades, e permanecia esperando o retorno da garota. Realmente precisava falar com ela, tentar explicar o que estava pensando, o que estava sentindo. Suspirou, e encarou a lâmpada, que começara a piscar, com uma sobrancelha arqueada. A luz da escadaria apagou-se, junto com todas as outras. Começando a se preocupar com a menina, Castiel atravessou a escola, dirigindo-se ao vestiário. Atravessou a porta do lado feminino, se sentindo estranhamente envergonhado. Tapou parcialmente os olhos com a palma esquerda, e chamou a garota.
        ? Cadê você? — Andou pela fileira de armários, chegando aos boxes, e estacou ao ouvir uma série de soluços. — Merda. — Praguejou, chegando ao último box. Viu os ombros da moça subindo e descendo, em uma sinfonia de soluços desgovernada. A água fria escorria pelo corpo esguio, encolhido no chão do banheiro. tremia com a cabeça apoiada nos joelhos. Ignorando a nudez da garota, Castiel retirou a camiseta e envolveu o corpo frágil. Deixou-a sentada sobre alguns colchonetes, e voltou ao chuveiro, desligando-o. Roubou uma toalha do armário, e se pôs a secar o cabelo da menina.
        — Qual a senha do seu armário do vestiário?
        — 1208… — Disse, trêmula. Castiel sorriu de canto ao reconhecer seu aniversário.
Abriu o pequeno compartimento de metal, retirando um uniforme de educação física. Evitando olhar para o corpo feminino, passou os braços de no moletom largo.
        — Você é um idiota, sabia? — Murmurou repousando a cabeça sobre o ombro masculino.
        — Por que não me chamou?
        — Você não me ouviria aqui dentro.
        — Se gritasse, eu viria te ajudar. — Respondeu, fazendo a garota sorrir fraco. Se não fosse por você, eu nem precisaria de ajuda, pensou, balançando a cabeça.
        — Eu… Ah, esquece, você não liga. — Sorriu minimamente. Mesmo sendo um verdadeiro imbecil, ela não deixaria de sentir o que sentia.
        — Olha, … Eu sei que agi como um babaca, ok? Mas… Bem, eu queria me… Digo… — Começou a se embolar. A mão da garota cobriu sua boca em um gesto de silêncio, e seu rosto se aproximou do dele, de olhos fechados, grudando seus lábios em seguida. Os olhos do rapaz arregalaram-se, e, sem receber reação, se afastou, com o coração ardendo.
        — Esquece isso. — Disse com a voz carregada pelo choro que viria, vestindo a calça do uniforme e deixando o vestiário, sentindo as lágrimas voltando. Que merda, por que eu fui beijar ele? Martirizava-se enquanto atravessava o corredor da escola. Voltou à escadaria, puxando o moletom contra o corpo.
        Abriu a porta do telhado, encostando-a em seguida. Apoiou os braços no muro de tijolos, olhando a cidade. A brisa suave da tarde de verão mexeu seus cabelos ainda molhados. Nervosa, mordeu o lábio inferior. Era certo que teria que evitar ao máximo o contato com o garoto a partir daquele momento. A vergonha a consumiu, por ter deixado ele partir seu coração outra vez, e pela cena no vestiário. Esperava sinceramente que o rapaz não tivesse reparado em seu corpo. Suspirou, seguindo com os olhos uma folha voar no andar de baixo. A porta de metal se abriu atrás de si, mas a garota não virou.
        … — A menina baixou as pálpebras, trincando a mandíbula.
        — Vai embora, Castiel.
        — Eu quero conversar.
        — Mas eu não quero! — Retrucou, virando-se para ele com os olhos marejados. A garganta do ruivo secou ao vê-la chorando novamente. Por sua culpa.
        — E… Por que você não quer conversar? — Perguntou calmo, dando alguns passos na direção de .
        — Por quê? Ah! Você pisa em mim, Castiel. Ignora meus sentimentos, me humilha, não acredita e não confia em mim. Não sabe formar uma frase sem o seu sarcasmo ridículo, e QUANDO resolve ser gentil, sempre quer fingir que não é nada e que você não liga. — O ruivo ouviu tudo calado, enquanto a garota se aproximava mais e mais, apontando o dedo em sua direção. — E sabe o que é pior? Você prefere acreditar numa vadia do que numa garota que gostaria de ser considerada sua amiga. Mas, pelo jeito, nem sua amiga eu devo ser, não é? Sempre caçoando de mim e debochando das minhas investidas falhas. Eu não aguento mais. É torturante amar alguém assim. — Despejou, e atravessou o resto do trajeto até a porta, desejando sair o mais rápido possível da mira daqueles olhos penetrantes. Castiel deteve , segurando seu pulso direito.
        — Me desculpa.
         ficou paralisada. Não apenas com as palavras que ouvira, mas também com o gesto que sucedeu. Castiel pressionou os lábios nos da garota, com os olhos fechados. Levou a mão à nuca de , e a menina fechou os olhos, deixando escapar duas lágrimas quentes. Segurou um suspirou quando a língua impaciente do rapaz forçou passagem por entre seus lábios cerrados. Ignorando seu lado racional, se rendeu ao beijo do ruivo. Não poderia nem ao menos xingá-lo depois, uma vez que correspondia ao seu beijo com fervor. Foi empurrada contra a porta de metal, enquanto as mãos de Castiel espalmavam suas coxas finas. Enlaçou o pescoço do rapaz, e partiram o beijo buscando ar, encostando as testas.
        — Não brinca comigo… — Pediu a menina, com o coração aos pulos.
        — Não tem ninguém brincando aqui, .— Declarou com sinceridade, passando o nariz pelo pescoço feminino, depositando beijos delicados. suspirou, passando a mão pelos fios ruivos. — Eu quero você.
        — Eu também te quero. — Confessou, perdendo seu controle.
        — Tem certeza disso? — O ruivo murmurou contra a orelha da menina, onde deu uma leve mordiscada.
        — Sim.
        Sorrindo de canto, Castiel juntou sua mão direita na de , e voltou a distribuir beijos molhados por toda a extensão do pescoço da garota. levantou a coxa, e foi erguida na parede, envolvendo a cintura de Castiel com as coxas. O garoto retirou o moletom cinzento do corpo da menina, e esta tratou de se livrar da camiseta que vestia por baixo. Castiel mordeu o lábio inferior de delicadamente, e encarou os seios pequenos, deslumbrado com a visão. Encostou a testa na dela, sentindo-se egoísta. Ele não merecia aquela garota, não depois de tudo que fizera. Mas queria ser egoísta, porque a queria. Castiel juntou ainda mais seu corpo ao dela, e sufocou um gemido rouco no ombro de , quando sentiu os bicos endurecidos contra seu peitoral. Com a língua, contornou os mamilos femininos, fazendo gemer baixinho com a trilha de fogo que fazia sua intimidade começar a molhar. A excitação percorria suas veias ao ver a imagem de Castiel sugando e mordiscando seus seios, ao ponto de sentir os mamilos ainda mais sensíveis e rijos. Impaciente, o rapaz continuou a tarefa de despir , desfazendo o enlaço de suas coxas em seu quadril, e descendo a calça da garota até os joelhos. Voltou a estimular os seios arredondados, lambeu avidamente o vão destes, enquanto escorregava a mão, antes na cintura da garota, para o meio de suas pernas. ficou extremamente quente ao sentir a mão de Castiel encostar em sua calcinha, e fechou os olhos novamente, sem coragem de olhá-lo esfregando sua intimidade por cima do pano fino. Sentiu o peito bater ainda mais forte e o prazer irradiando pelo corpo.
        — Oh, Castiel... — Suspirou, e enterrou o rosto no pescoço do rapaz. Gemeu baixo perante o carinho realizado em movimentos lentos. Bateu a cabeça contra a porta quando Castiel colocou a mão dentro da calcinha, e desceu os dedos para sua abertura úmida, enfiando dois dedos em sua intimidade. contorceu-se contra os dedos do rapaz, mexendo os quadris em um movimento desesperado por mais daquilo.
        Os dedos do ruivo começaram a melar-se, e passou a gemer mais avidamente, sentindo as pernas tremerem. — Castiel... eu não... Aguento mais... — Implorou, num murmúrio entrecortado, que favoreceu para que o calor no meio das pernas masculinas aumentasse ainda mais. Continuou o carinho, dessa vez mais desesperado, e ouviu um gemido mais forte da menina, que prendeu a mão de Castiel nas pernas, tremendo perante o orgasmo.
        Com demasiada dificuldade, retirou a boxer de Castiel e acabou de descer sua própria calcinha. Segurando a bunda da garota, Castiel posicionou-se na entrada encharcada, e esfregou a glânde, sorrindo de forma sacana ao vê-la arquear-se cada vez mais em sua direção buscando um contato maior. Admirou a profundidade dos olhos de . Como em uma situação tão erótica ainda conseguia admirar a inocência que eles emanavam? Beijou-a ardentemente antes de finalmente fundir os corpos, e enfiou-se devagar dentro dela. Surpreendeu-se ao vê-la aumentar a força exercida pelo enlaço de suas pernas, fazendo com que escorrega-se ainda mais para dentro, e arrepiou-se por completo ao ouvir um gemido satisfeito de . Jogando seu autocontrole para o além, Castiel deixou o corpo da garota e voltou com rapidez. Lambeu os lábios levemente inchados de , sentindo o sangue fluir para o membro. Apertou um dos mamilos da menina, e, demonstrando seu prazer, ela arranhou as costas de Castiel, causando uma dor gostosa. Os gemidos agora eram uma sintonia, sincronizados também ao barulho da porta mexendo-se. Espalmou as nádegas de , forçando-se ainda mais para dentro da região íntima que o acolhia de forma harmoniosa. As unhas sem esmalte da menina cravaram-se ainda mais nas costas largas. Castiel mordeu o seio que estava em sua boca, talvez com força exagerada, arrancando um grunhido da garota. Abaixando desajeitadamente, o rapaz deitou-a sobre as roupas espalhadas. Levantou-lhe as pernas, dispondo-as sobre seus ombros. tinha os braços cruzados sobre os olhos, mordendo um deles para abafar seus gemidos. O ruivo tinha a plena visão de seu membro deflorando a intimidade extremamente molhada de . Os seios subiam e desciam, e mais uma vez abocanhou-os, sugando com prazer. Castiel apoiou as mãos uma de cada lado do corpo esguio e ajoelhou-se. sentou-se parcialmente, abrindo mais as pernas e apoiando os cotovelos no chão. Mal conseguiam respirar direito, os corpos suando, se unindo num ato delicioso. Castiel começou a aumentar seu ritmo, gemendo rouco e  sentindo o ápice percorrer suas veias.
        — Oh, … — Gemeu no ouvido da menina, debruçando-se sobre ela e chocando os corpos de forma deliciosa e desesperada. cravou as unhas na nuca de Castiel, arranhando-o, e sentiu-se quente por dentro. O corpo do rapaz caiu sobre o de . Os peitos subiam e desciam, enquanto tentavam desacelerar o coração.
        — Castiel.
        — Hn?
        — Você ainda é um idiota. — Murmurou, acariciando os cabelos ruivos do rapaz.
        O ruivo sorriu de canto contra os seios da garota, feliz. Podia realmente ser um idiota, desde que fosse ela a dizer que era o seu idiota, mas claro que não admitiria aquilo jamais.
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